O ano de 2020 trouxe algo que mudou o mundo para sempre: a pandemia de um vírus desconhecido que fez com que nós precisássemos nos afastar. Logo começaram as especulações de como seria o “novo normal”, mas a verdade é que não pode existir um novo “normal”, já que as coisas jamais vão voltar a ser o que eram antes.
Um novo mundo sim, mas que não tem familiaridade com o “normal” que conhecíamos antes, principalmente quando o assunto é a forma de relacionamento entre as pessoas. Indo um pouco mais a fundo, é preciso dar uma atenção especial às relações trabalhistas.
As empresas não tiveram tempo para se preparar à nova realidade, e isso vai além de oferecer uma cadeira confortável e um computador que o funcionário pudesse levar para casa. A partir daí, como fica o relacionamento entre as pessoas? O que vai substituir o cafezinho no meio do dia como um momento de descompressão? Como vou ter certeza que meus colaboradores estão realmente trabalhando e não estão assistindo Netflix? Poderia continuar essa lista com inúmeros questionamentos, mas é melhor partir para as respostas, não é mesmo?
A “surpresa” do isolamento social
Da noite para o dia, literalmente, empresas do mundo todo precisaram mandar seus funcionários para casa. O isolamento social chegou sem aviso e ninguém estava preparado. Na verdade, ninguém estava totalmente preparado, mas algumas corporações já entendiam a necessidade do trabalho remoto por outros motivos.
O home office já era experimentado em alguns lugares e as motivações eram muitas, mas nenhuma delas tinha qualquer ligação com uma pandemia. Algumas empresas consideravam motivos como:
- Falta de espaço para acomodar todos os colaboradores em um espaço físico;
- Tempo de deslocamento;
- Saúde mental dos colaboradores;
- Maior produtividade;
- Economia de recursos.
Ainda considerando o cenário de mudanças graduais, nesse momento se faz necessário olhar para o estudo “The Open Talent Economy” escrito em 2013, pela consultoria Deloitte. Ele aponta que em 2020, a relação de trabalho já teria mudado, mas obviamente a pandemia não entrou nessa conta. Os pesquisadores apontavam outros fatores como os motivadores dessa mudança, como, por exemplo, o avanço da tecnologia, a globalização e o setor da educação.
Trabalhar de casa mostrou outras perspectivas a empregados e a empregadores. Até que ponto compensa ter funcionários com dedicação exclusiva ao seu negócio? Eu quero mesmo ser “propriedade” da empresa em que trabalho? Essas dúvidas são pertinentes e aos poucos as respostas começaram a aparecer.
O que é open talent economy
Em tradução literal, open talent economy significa “economia aberta de talentos”. Esse conceito sugere que os talentos, ou seja, as pessoas, não estejam presos a nenhuma empresa ou instituição. Na open talent economy, as empresas têm acesso aos profissionais e às suas habilidades, mas não têm a “posse” dos mesmos.
Isso não significa que esses profissionais sejam descomprometidos com os projetos que assumem, muito pelo contrário. A open talent economy entende que existem pessoas mais indicadas para um determinado projeto e que elas podem não se sair tão bem assim em outros projetos.
Dessa forma, o direcionamento do talento para a atividade que ele terá melhor desempenho é fundamental. Esse modelo se diferencia da ideia que temos de freelancers, já que as pessoas que compõem essa nova economia fazem parte de uma comunidade e compartilham de alguns valores semelhantes:
- Valorizam a autonomia;
- Precisam de rotinas mais flexíveis;
- São mais produtivos quando têm liberdade;
- Têm um extenso know-how;
- Têm grande habilidade nas tarefas operacionais;
- Conseguem gerenciar o tempo com mais eficácia;
- Desejam poder trabalhar de qualquer lugar.
Quando surgiu? É um modelo novo?
Com a necessidade do trabalho remoto que a pandemia trouxe, pode parecer que esse modelo é novo, mas na verdade os indícios dele datam de algumas décadas atrás.
The Hollywood Model
Um artigo do The New York Times, publicado em 2015, mostrou que esse modelo de trabalho nasceu em Hollywood nos anos 50. De acordo com Andrew Rae, autor do texto, esse formato pode ser chamado de Hollywood Model e funciona da seguinte forma:
- Um projeto é identificado;
- Forma-se um time;
- As pessoas trabalham juntas pelo tempo que seja necessário para finalizar a tarefa;
- O time é desmontado.
Mesmo que o artigo tenha sido publicado em 2015, ele é super atual, principalmente depois de tudo que vem acontecendo a partir de 2020. Os modelos de trabalho precisaram ser revistos para dar conta da nova realidade que impediu os funcionários de frequentarem escritórios.
O “Hollywood Model”, que talvez tenha sido a maior inspiração para a open talent economy, é baseado em projetos de curta duração e simboliza uma alternativa bastante promissora às relações de trabalho tradicionais, que tendem a se desgastar com o tempo e impedem novas experiências por parte dos profissionais.
E o modelo tradicional? Como fica?
Existem muitas pistas que indicam a decadência do modelo tradicional das relações trabalhistas. Essa ideia de que os funcionários devem vestir a camisa da empresa é uma visão ultrapassada e romantizada, que sustenta a exploração e a precarização do trabalho.
É cada vez mais visível que essa relação é desproporcional. Com o aumento de opções de modelos de trabalho, as pessoas vão percebendo que é possível ganhar dinheiro sem se submeter a relações tóxicas.
Por outro lado, essas mudanças tendem a ser graduais, porque isso demanda um mindset diferenciado de toda a cadeia produtiva. A open talent economy é uma tendência e tem tudo para se tornar um paradigma no futuro, mas esse processo ainda pode demorar um pouco, então é preciso ter calma – principalmente se você for um entusiasta do modelo. Mas precisamos enfatizar que se há abertura para testar o que há de novo, os dois lados saem ganhando.
5 formas de se aproveitar da open talent economy na sua empresa
Esse modelo de trabalho é muito vantajoso para os profissionais. Mas também existem vários benefícios para as empresas. Nós da Materialize acreditamos que os dois lados saem ganhando com esse formato e conseguimos te mostrar isso na prática.
Veja como as nossas soluções aliadas à open talent economy podem ajudar o seu negócio:
1. Tire projetos atrasados da gaveta de forma rápida
Encontrar bons funcionários é um fator que limita o desenvolvimento dos seus projetos? Realmente, conseguir achar profissionais qualificados e que cabem na realidade da sua empresa não é a tarefa mais fácil do mundo.
Ao adotar a open talent economy, você consegue finalmente tirar da gaveta aqueles projetos que estão parados por falta de mão de obra especializada.
2. Implemente uma nova feature no seu software atual
Com o tempo de uso, podem surgir novas demandas em um software, e provavelmente essas demandas serão de features específicas, que um especialista pode desenvolver com muito mais maestria que um profissional full stack, por exemplo.
A open talent economy se baseia em projetos sob demanda, o que acelera o desenvolvimento, criando soluções mais completas em menos tempo. A relação custo-benefício dessa prática pode te impressionar positivamente.
3. Crie um aplicativo mobile em menos tempo
Os desenvolvedores e as desenvolvedoras que trabalham na nova realidade da open talent economy têm foco total no projeto, o que dificilmente acontece com funcionários efetivos de uma empresa. Eles costumam se desdobrar em vários projetos, diminuindo a produtividade e atrasando as atividades que realmente importam.
Os desenvolvedores de aplicativos especialistas conseguem criar projetos de forma muito mais rápida, sem perder pontos em qualidade, já que utilizam metodologias ágeis, como o Design Sprint.
4. Tenha suporte técnico e especializado para integração de sistemas
Pelas mesmas razões que um profissional efetivo não consegue muitas vezes se dedicar somente ao desenvolvimento de uma feature, ele também pode não ser capaz de oferecer suporte técnico para a integração de sistemas. E é claro que isso é indispensável.
O suporte técnico dado por especialistas é muito mais efetivo, já que o foco é sempre direcionado para a resolução de problemas e não tanto para a análise. Esses profissionais têm amplo background para lidar com tais situações e enxergam sempre à frente.
5. Teste equipes inteiras
A open talent economy é mais frequente no setor de TI, mas o modelo pode ser aproveitado para outros setores da sua empresa. Se você sempre teve problemas com o marketing do seu negócio, por exemplo, por que não experimentar um time formado na open talent economy?
Esse pode ser o ponto de partida para a sua empresa se desvincular aos poucos desse ideal de trabalho baseado em contratos de exclusividade e que muitas vezes são até mais caros para a empresa.
Vale a pena colocar tudo na ponta do lápis, analisar prós e contras e verificar a possibilidade de apostar no modelo. Não é porque esse formato nasceu em Hollywood que a sua empresa não pode se aproveitar dele!
Desafios da economia aberta de talentos
Mas nem tudo são flores. Os desafios estão aí e precisam ser enfrentados com o fortalecimento dessa cultura que traz muitas vantagens a todas as partes envolvidas em um projeto: empresas, profissionais e clientes.
Selecionamos alguns desses desafios para te mostrar como eles costumam se apresentar e, claro, como podemos contorná-los:
Desafio 1: Mindset atrasado de alguns empregadores
Estamos vivendo um momento de mudanças de geração e de paradigmas, então o mindset também precisa ser mudado, mas isso não é tão fácil assim.
Alguns empregadores ainda acreditam que as relações trabalhistas só funcionam se houver uma carteira assinada, um horário de trabalho engessado e, sempre que possível, a modalidade presencial.
A necessidade do trabalho remoto por conta do distanciamento social já foi algo extremamente difícil para alguns empregadores, que tiveram a sensação de perder o controle sobre o que seus funcionários estavam fazendo.
Pesquisas recentes mostram que essa preocupação é infundada. Um estudo realizado pela Grant Thorton em parceria com a Fundação Dom Cabral apontou que 58% dos respondentes afirmaram ser mais produtivos em home office.
Essa é apenas mais uma prova de que os modelos tradicionais e conservadores estão perdendo espaço e, para que as empresas acompanhem o ritmo das inovações, é preciso mudar o mindset.
Desafio 2: Controle do tempo
Na verdade, esse desafio é uma continuação do desafio anterior. Como eu vou saber se meu projeto está sendo executado? Esse receio é totalmente compreensível, e é por isso que sentimos a necessidade de criar uma plataforma para solucionar essa dor.
Nessa plataforma de gestão de rotina e projetos, conseguimos entregar total transparência para acompanhamento das atividades por parte dos clientes. Todas as tarefas executadas são registradas na plataforma e, à medida que forem sendo concluídas, registra-se o tempo investido pelos especialistas. Os clientes acompanham em tempo real exatamente o que está sendo entregue e quanto de recurso está sendo consumido.
Desafio 3: Gerenciar os talentos
Encontrar talentos para desenvolver o seu projeto já é super desafiador. Gerenciar esses talentos também não é tarefa fácil, ainda mais quando o perfil do funcionário não dá match com a cultura da empresa.
Aqui na Materialize, trabalhamos de especialistas para especialistas. Nosso time de gestão de pessoas cuida de toda a parte de gerenciamento dos talentos, além da parte burocrática e dos contratos. Nós atuamos oferecendo segurança (inclusive, com termos de confidencialidade) e flexibilidade, características indispensáveis para qualquer projeto.
Acreditamos em profissionais que têm total domínio do que fazem e que vestem a própria camisa – inclusive, nós damos a maior força a isso. Pessoas que trabalham com autonomia têm liberdade para fazer o que fazem de melhor e realizam entregas acima da média.
Desafio 4: Falta de vínculo
Se você enxerga a falta de vínculo como um problema, por que não ressignificar isso? Ter profissionais trabalhando para você de forma mais livre pode ser uma ótima escolha. O modelo da Open Talent Economy sugere contratos sem burocracia e sem conflito de interesses, ou seja, o cliente fica livre para abandonar o projeto caso esteja insatisfeito.
Isso dificilmente acontece porque os profissionais trabalham com mais estímulo, mais liberdade e mais incentivo. Outro atrativo é a rotina dinâmica, já que a monotonia de empregos formais pode ser extremamente prejudicial a esses colaboradores.
Nossos especialistas podem trabalhar de qualquer lugar do mundo montando suas próprias rotinas.
A Materialize trabalha com contratos sem tempo mínimo, o que permite que o cliente escale ou encerre a parceria quando desejar, sem burocracia, vínculos ou multas.
E aí, conseguimos te convencer de que a open talent economy é uma super tendência e que tem tudo para ganhar cada vez mais espaço?
Quer entender melhor como esse modelo pode trazer benefício à sua empresa e aos seus projetos?
Entre em contato com a gente! Será um prazer te ajudar nessa empreitada!